quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quem deixa o trato pastorial amado de Claudio Manuel da Costa

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XIV

Quem deixa o trato pastoril, amado, 
Pela ingrata, civil correspondência, 
Ou desconhece o rosto da violência, 
Ou do retiro a paz não tem provado. 

Que bem é ver nos campos, trasladado 
No gênio do Pastor, o da inocência! 
E que mal é no trato, e na aparência 
Ver sempre o cortesão dissimulado! 

Ali respira Amor sinceridade; 
Aqui sempre a traição seu rosto encobre; 
Um só trata a mentira, outro a verdade. 

Ali não há fortuna que soçobre; 
Aqui quanto se observa é variedade: 
Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre!


[...]

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